Coitadinho do juiz Neto Moura, que o achincalharam tanto em praça pública... Foi um "abuso". Um "exagero". Até mesmo porque, de acordo com o seu advogado, a criatura “respeita quem possa ter uma decisão jurídica diferente da dele ou até mesmo o cidadão que se insurja”, cá agora opiniões mais inflamadas é que não, que parece ser de mau tom, praticamente uma violência, é assim como se o estivessem a apedrejar, logo a ele, que nem é mulher nem nada - imagine-se! - e cumpre com a coisa penal à letra, a qual, tudo parece indicar trazer apensa a seus prezados testículos, no direito a Bíblia, e no esquerdo a devida adaptação da dita às suas decisões de merda enquanto juiz. Se ao atrás descrito acrescentarmos sua opípara benevolência ao aceitar que nos insurjamos enquanto às suas demonstrações de puro machismo, as quais denomina de "Lei", ainda que deixando por nossa conta o deslindar do como o faríamos*, de facto não se vê razão nenhuma para aqueles exageros, certo?
*[Talvez fofinhas missivas, começadas por Excelentísso Honorável Senhor Juiz, seguida por permita-me Vossa Excelência dirigir-me ao si, Meretíssimo, no seguimento da sua decisão X, protestando, com gritante veemência, o que me pareceu ser uma sua evidente lacuna no que ao tema "Mulheres" concerne, expectante, desde já, pelo seu perdão, pois sei-me tão só comum cidadão completamente desfasado da realidade da Lei e seus meandros, apelando, por aquele tanto e mui humildemente à sua tolerância, devido à forma insurrecta - vá, digamos assim - mas, todavia, e de acordo com o que vou captando por aqui e ali, sobre inerências várias derivativas do estado de direito em que vivemos.
Sabendo de seus doutos deveres e consequente escassez de tempo, passo então a explicar-me, antecipadamente agradecido de sua inestimável atenção].
Acontece que enquanto nos decidimos pela abordagem mais adequada aos sentires do senhor - para além da do silêncio absoluto, como me parece ser o mais condicente com a sua vontade - uma mais terra-a-terra afigurou-se, a muitos, como a mais viável, talvez por se subentender - sabe-se só agora que, aparentemente, muito mal - ser-se também de péssimo gosto e extremamente insultuoso, escrutinar-se a Lei em conluio com convicções pessoais.
Sabendo de seus doutos deveres e consequente escassez de tempo, passo então a explicar-me, antecipadamente agradecido de sua inestimável atenção].
Acontece que enquanto nos decidimos pela abordagem mais adequada aos sentires do senhor - para além da do silêncio absoluto, como me parece ser o mais condicente com a sua vontade - uma mais terra-a-terra afigurou-se, a muitos, como a mais viável, talvez por se subentender - sabe-se só agora que, aparentemente, muito mal - ser-se também de péssimo gosto e extremamente insultuoso, escrutinar-se a Lei em conluio com convicções pessoais.
Pois está claro que não.
Insulto, consiste exclusivamente no acto de se ultrajar alguém por intermédio de adjectivos menos delicados. Deixemos, portanto, para análise posterior o que os moveu, ou de quantas formas e a quantos níveis todas as mulheres que sentiram na pele o enxovalho praticado pelo indivíduo num Tribunal, quando as apoucou, humilhou ou envileceu com as suas considerações e decisões, matizando os mesmos sentimentos - e outros, idênticos ou ainda piores - que lá as levaram, convencidíssimas de que efectivamente a violência doméstica constitui crime, tenha lá ela os contornos que tiver. Estavam - estamos - erradas, uma vez que, acordo com o cidadão numa das quantas decisões tomadas,
Insulto, consiste exclusivamente no acto de se ultrajar alguém por intermédio de adjectivos menos delicados. Deixemos, portanto, para análise posterior o que os moveu, ou de quantas formas e a quantos níveis todas as mulheres que sentiram na pele o enxovalho praticado pelo indivíduo num Tribunal, quando as apoucou, humilhou ou envileceu com as suas considerações e decisões, matizando os mesmos sentimentos - e outros, idênticos ou ainda piores - que lá as levaram, convencidíssimas de que efectivamente a violência doméstica constitui crime, tenha lá ela os contornos que tiver. Estavam - estamos - erradas, uma vez que, acordo com o cidadão numa das quantas decisões tomadas,
“A única situação devidamente concretizada, de violência física (aquela que, normalmente, é mais grave e tem consequências mais nefastas) é ocorrida em abril ou maio de 2016, em que o arguido desferiu vários socos em C…, atingindo-a nas diferentes zonas da cabeça, incluindo ouvidos, provocando-lhe perfuração do tímpano esquerdo, além de edemas, hematomas e escoriações”,
e isto, caríssimos concidadãos, parece configurar cousa de pouca monta. Nada que justifique uma pulseira electrónica no criminoso [que se calhar até nem o é, enervou-se ali por uma beca e pronto, ora agora ...] quanto mais num "estado de direito" revoltarmo-nos com estes insultos [que em calhando não o são, muito embora eu leia ali, deveras escarrapachado e de forma assaz implícita algo como andor megera, és gaja! como e cala-te, mesmo que não explícito] e pormo-nos a dizer de nossa justiça, julgando usufruir algum tipo de legitimidade quando manifestamos o nosso mais profundo asco, à laia de uma qualquer metáfora simbolizando o perfurar de um tímpano.
Não se pode.
É crime dizer-se que um filho de uma puta, o é.
Ora tomai nota.
Ora tomai nota.
Estás a habilitar-te a um processozinho :))))))
ResponderEliminarAdmira-te que alguém já tivesse mandado o link deste post para o advogado do juiz, admira-te...:P
EliminarDe qualquer forma penso exactamente tudo o que escrevi e até um pouco mais.