22 de abril de 2019

Portanto: Se eu fosse uma multimilionária francesa e decidisse doar uns quantos milhões da minha fortuna à reconstrução

de um ponto de referência  patrimonial como é a Catedral de Notre-Dame, em calhando, teria primeiramente que auferir da concordância dos totós deste planeta, defensores da justiça social -  sabe-se lá quantos deles com as peidolas  pousadas onde as ditas encontram afinidades com o conceito de "conforto", a viverem à pala dos impostos tributados e pagos a e por quem produz - porque é extremamente injusto o dinheiro de cada um ir para onde cada um quer, ao invés de para onde seus opíparos raciocínios deduzem, nomeadamente para os muito necessitados, que, como será de óbvia percepção, serão eles, entre outros.

Claro que lhes passa perfeitamente ao lado o cogitar se essas fortunas contribuem ou não para a parafernália de organizações existentes com esse objectivo, porque quando um totó pensa, aquilo é uma trabalheira dos diabos, né, e pese embora o resultado ser sempre merda,  alturas há em que parece ser-lhes necessária uma contagem cibernética, de forma a garantir-lhes aquele estranho conforto de se saberem muitos. Ora,  como Jesus ressuscitou ontem, uma pessoa lê-os e pior, ouve-os, só naquela da boa vontade e o catano, ainda que saiba perfeitamente do choro diário da Amazónia em peso, por vias da quantidade industrial de oxigénio desperdiçado. Tadinha.
  
Se àquele hipotético  feito aliarmos o infeliz facto dos quantos milhões já foram doados para causas das mais variadas naturezas e desviados do seu objectivo, como se pode ler recentemente quanto a Moçambique, ou - se se  persistir em manter o horizonte intelectual em conforme com as suas parcas capacidades cognitivas - Pedrógão, que é aqui mais pertinho, mesmo ali, en pendant com a extensão de seus raciocínios,  quiçá, totós,  se vos vislumbre algo de mais aproveitável  e conclusivo que a patológica fixação com os números doados pelo alheio, seja lá para o que for, sendo que "alheio" é a palavra-chave para todo este enredo.

... Boa?

Força aí nesse exercício de lógica, então! :D



(Hei-de levar esta merda deste optimismo prá cova, caraças!) 



4 comentários:

  1. Se calhar é por isso que se diz que o dinheiro não traz felicidade, ora esses multimilionários não têm feito outra coisa senão chorar à conta das críticas dos totós, tadinhos...
    Outra coisa que os totós devem ignorar por completo é a palavra "mecenato" e que isso traz vantagens aos multimilionários que doar dinheiro, que vai parar sabe-se lá onde, não traz... o meu sonho é um dia tornar-me uma grande mecenas, oh se é...

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    1. O meu também!

      Traz tanta vantagem que bastou um chegar-se à frente, para os outros lhe seguirem os passos, mas seja como e porque for, o dinheiro é deles, eles é que saberão onde o aplicar.

      Odeio enconados e ainda por cima invejosos, e mais as suas conversas da treta sobre "o valor humano", valor esse que por acaso é exactamente o mesmo que deixa uma quantidade exorbitante de humanos em condições miseráveis.

      ("enconado" e "invejoso" é uma redundância, bem sei, mas apeteceu-me reforçar a ideia).

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  2. E reside exatamente nisto o problema: AS PESSOAS PARECEM NÃO ENTENDER QUE CADA UM FAZ DO SEU DINHEIRO O QUE QUER! SE DECIDIRAM DOAR PARA ESTE EFEITO É UMA OPÇÃO PESSOAL PORQUE É DINHEIRO PRIVADO E NINGUÉM TEM NADA COM O ASSUNTO!

    Peço desculpa cara, mas a natureza humana é queixinhas por natureza e depois, sabemos perfeitamente o que se faz ao dinheiro doado em nome da merda do valor humano.

    Tratar deste património mundial é também preservar uma coisa que certas criaturas não conseguem perceber: trata-se de preservar a identidade humana - bem mais importante do que o dito valor humano. Coisa que sabemos estar de rastos.

    Fleuma,

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  3. Nem mais, caro Fleuma. Sem tirar nem por.

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