Isto é verdade. Isto aconteceu. Em 2017.
- "Ora, o adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem."
* Sim! sim! sim! Do homem. Pois.
- "Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte."
* :(
Existem sim, é verdade.
A quem é que a Mulher Portuguesa deve agradecer por (quase) não viver numa delas, ó xotôr?
- "Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte"
* "Na Bíblia". Exactamente. Eu gosto muito da Bíblia. Por variadíssimas razões, mas essa que menciona é das minhas preferidas. Desde muito pequenina que me deslumbro com a Bíblia, sabe? Lá pode-se ler praticamente de tudo, desde "amai-vos uns aos outros", ou "quem nunca pecou que atire a primeira pedra", e etc, e depois isso que menciona.
É da Bíblia e de palavras cruzadas. Gosto muito.
- "Ainda não foi há muito tempo que a lei penal (Código Penal de 1886, artigo 372º) punia com uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando sua mulher em adultério, nesse acto a matasse. "
* Disse 1886?
Ehhp...
Pouco mais de um século.
Em termos evolucionais isso é (comprovadamente) um peidinho, xotôr.
Tem toda a razão.
Foi ontem.
E mesmo ontem, xotôr, fazia todo o sentido.
Exactamente o mesmo sentido que me faz o senhor estar sentado aí onde está, a discernir e deliberar com estas maravilhosas contrafações de raciocínio, sobre os assuntos da vida alheia que lhe passam pelas mãos.
Eu fico sem palavras quando vejo coisas destas... mas fico cheia de medo ao saber que o poder de mexer com a vida das pessoas está nas mãos de gente desta.
ResponderEliminarO incentivo à violência não é crime?...
Depende. Se falarmos de mulheres, parece que não, uma vez que o juiz não só condena os criminosos a penas suspensas, como volta a agredir a vítima com aquela argumentação execrável que se pode ler. Porque como leu a Bíblia e agora se acha um qualquer deus estranho, também acha por bem perpetuar a cultura da supremacia masculina. E cá vamos nós andando entregues a esta bicharada.
EliminarIsto aconteceu este mês. Todavia já li que no ano passado, num caso de contornos semelhantes, a argumentação foi alicerçada nos mesmos princípios.
Não sei quanto faltará pra batermos mesmo no fundo, mas algo me diz que ainda vamos a meio...